sábado, 2 de dezembro de 2017

Tudo parece estar normal lá fora.

Eu não consigo respirar. Mãos parecem estar apertando minha garganta. Tudo em volta parece estar ficando maior, me esmagando. Tento gritar mas o som não sai. Não consigo me mecher. As mesmas mãos que estão em minha garganta tambem prendem meus pés e braços de uma forma que um pequeno movimento se torna impossivel. Procuro ajuda, mas ela não vem, ninguem pode me ajudar. Ouço risos e conversas de pessoas lá fora, tudo lá parece estar normal. O chão então começa a se tornar pastoso e me suga para baixo como areia movediça. Eu estou em pânico. Lagrimas quentes molham meu rosto. Tudo começa a ficar escuro. Não há mais nada em minha volta. Não há ninguem. 

sábado, 25 de novembro de 2017

Não é o fim.

Tentei me matar.
Juro que foi com as melhores intenções. Se é que elas existem.
Eu não queria machucar ninguém. Pelo contrário.
Queria tirar a dor que eu causo neles, pensei que dessa forma eu ia “matar dois coelhos em uma cajadada só”, ia tirar o peso deles e o meu também.
Eu os faço mau e a cada dia isso fica mais claro.
Oque seria alguns dias de luto entronca de o resto da vida com menos um peso.
Eu não aguentava mais, o meu viver estava (esta) machucando os outros e a mim mesma.
E me machuca tanto que como se eu não conseguisse respirar. É insuportável.
Eu comecei mais não sei porque o medo tomou conta de mim. Parei no meio, uma péssima decisão. Se eu tivesse ido até o final tudo teria enfim acabado. Mas esse medo idiota só me levou pro hospital por uns dias e a vários questionamentos dos outros.
Só finja que nada aconteceu. É tudo que eu consigo fazer.
Mas aconteceu sabe.
Mas eu ainda estou aqui. Não sei como nem porquê ou por quanto tempo, mas ainda estou.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Luzes acesas

Já é muito tarde mas as luzes do meu quarto continuam acesas. Estou com muito medo. Não posso apagá-las. Tenho medo de fechar os meus olhos e as sombras voltarem, tenho medo delas cantarem em meus ouvidos palavras de morte e me amordacarem enquanto tento gritar. Elas me seguram e eu não consigo me mover, nada em mim funciona, então elas se fundam nas minhas entranhas devastando tudo o que tinha sobrado de mim.
As lágrimas escorrem pelos meus olhos como gritos silenciosos de medo pânico e devastação.
Entao pego no sono com as luzes acesas como se estas fossem retrair qualquer mau.